quarta-feira, 31 de maio de 2006

Arranca sábado o Torneio Homenagem a Jorge Saraiva

Defesa do titulo

Faltam três dias para o começo da competição e o Bayern, actual detentor do título parece preparado, embora ainda faltem algumas (poucas) arestas por limar.

A concorrência tem á partida um nome que se destaca, o Grupo Desportivo Adira, mas ninguém tem duvidas que o campeão Bayern Monchique é o alvo a abater.

Este torneio com a chancela de qualidade de Júlio Garganta (com tudo de bom e mau que esse facto acarreta) apresenta algumas novidades de vulto. Desde logo no recinto de jogo, que se muda do Pavilhão do Fluvial, actualmente em obras de remodelação, para o Pavilhão da Escola Francisco Torrinha. Trata-se portanto de um rectângulo de jogo maior, onde a vertente física terá um papel preponderante. Aumentam as dimensões do rectângulo e diminuem o número de equipas para 8. Esta é outra das novidades que contraria o habitual número de 10 equipas em disputa e fará com que o torneio se realize em menos de dois meses.

A equipa bávara apresentará também algumas novidades. Desde logo a entrada de Norberto e Pascoal que vem trazer mais soluções á equipa campeã, tanto a nível defensivo como ofensivo. Também na baliza os bávaros passam a ter duas opções com a entrada de Paulo que aqui se estreia oficialmente pelos bávaros e a continuidade de Lipe (na foto), ainda que limitada pelos horários laborais. A nível técnico e após um período de reflexão Tony aceitou ficar a orientar a equipa, pelo menos enquanto recupera de uma intervenção cirúrgica a que foi sujeito.
O plantel conta com 10 jogadores mas esse número poderá ser “engordado” com a entrada de um Joker, dadas as limitações (tanto de cariz físico como particular) que uma parte do plantel apresenta.

Nomes & Números

1 – Paulo
2 – Norberto
3 – Greg
5 – Domingues
7 – Arnaldo
8 – Nuno
9 – Ricardo
11 – Tony
13 – Pascoal
21 – Filipe


As equipas

Das oito equipas presentes, o Bayern Monchique e o G. D. Adira parecem ser os candidatos mais fortes á conquista do titulo. A Robialac é uma equipa compacta, que defende bem mas á qual falta habitualmente algum poder ofensivo. Os dois cafés aqui representados são equipas a ter em conta, até porque tem um campo de recrutamento mais vasto que as empresas. O Café Novo Sport é já um velho conhecido destas andanças. É uma equipa muito jovem á qual falta sem duvida algum tino e uma orientação mais forte, mas são capazes de surpreender um adversário menos precavido. Já o Café Espaço 77 será o outsider mais perigoso. Ficou no terceiro lugar no último torneio em que entrou á frente por exemplo do Bayern e da Robialac e tendo causado alguma sensação com o facto de não ter perdido um único jogo nesse torneio.
Depois temos dois ilustres desconhecidos. A Relopa é uma empresa que comercializa material electrónico da qual nada se sabe em termos de plantel. A Câmara Municipal do Porto também é uma incógnita e será logo o primeiro adversário dos campeões. Todo o cuidado é pouco…
Por fim, a fechar o lote (e muito provavelmente a classificação final), surge a Esegur, equipa “macia” e “simpática” que não aspirará a muito mais que manter o troféu "Fair Play" conquistado anteriormente.

E já que se fala em troféus, podemos referir que a luta pelo melhor marcador também deverá esta “época” ser muito interessante com nomes óbvios como Tiago (Café Novo Sport), Jerónimo (Robialac) e Arnaldo (Bayern) a reclamarem protagonismo nesse campo e com Norberto (também Bayern) e Litos e Serginho (ambos Adira) a quererem se juntar ao lote. A luta promete e há sempre surpresas pelo meio…


Calendário bávaro

3 Junho – 10,40h – C. M. Porto
10 Junho – 9,50h – Esegur
17 Junho – 9,50 – Relopa
--- Pausa São Joanina ---
1 Julho – 10,40h – Café Novo Sport
8 Julho – 12,20h – Café Espaço 77
15 Julho – 9,50 – Robialac
22 Julho – 9,50 – G. D. Adira

Para todos os interessados a competição inicia-se este sábado com o G. D. Adira a defrontar a Esegur pelas 9,50 horas da manhã.

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Capitán dá show


Nem só de bola vive o bávaro

A polivalência é um trunfo no meio futebolístico. No caso de Nuno é um verdadeiro Póker de Ases. Por entre jogos de futebol, conserto de electrodomésticos e afazeres domésticos, o grande capitão bávaro tem ainda tempo para umas guitarradas. E que tempo mais bem empregue.

Foi na quinta feira passada que os Machine Rising deram o seu primeiro concerto, no Uptown Bar, levando uma sala apinhada de fãs ao delírio. Á mesma hora que o Bayern Monchique defrontava e derrotava o Alfa na Senhora da Hora por 8 golos a 5, Nuno e a sua banda debitavam riffs avassaladores de guitarra, acompanhados por vibrantes ritmos de bateria. Primeiro concerto com esta formação entenda-se, porque a banda em si já roda há alguns anos. Desenganem-se portanto aqueles que pensam que também aqui os joelhos de Nuno poderiam fraquejar. A experiência é já muita e o á vontade de quem sabe muito bem o que está a fazer esteve bem patente na actuação do Gran Capitán.



Como nota de curiosidade, o Bayern alinhou com Lipe na baliza, Pascoal, Litos, Norberto e Mingues na frente. Depois juntaram-se Arnaldo, Greg, Pedro e Serginho.
Nos Machine Rising pudemos apreciar Nuno na Guitarra e Voz, Fodir na Guitarra Solo, Bruno na Bateria e Rogério no Baixo, esse sim com os joelhos a tremerem (a primeira vez nunca é fácil).

A banda interpretou temas novos que deram a conhecer ao público pela primeira vez. Temas como Evil Angel e o aclamado Goin On foram muito bem recebidos pelos presentes e como não podia deixar de ser, a homenagem aos Metallica com um sonoro So (fucking) What? também marcou presença.
No lado do Bayern a música foi necessariamente outra. Houve um recital de golos com todos os jogadores de campo a assinarem um golo cada um. Todos marcaram excepto Arnaldo que se lesionou mal entrou e logo teve de sair. Uma nota menos agradável numa noite em que foi notório o crescente de forma do Bayern... the Machine is definitely rising.

terça-feira, 16 de maio de 2006

O brilho da regularidade

Ainda com um mês para preparar a entrada no prestigiado torneio da Académica de Leça, mas apenas a pouco mais de duas semanas de defender o titulo de campeão no mitico torneio do Julio Garganta ganho no Fluvial, falamos com Pascoal, unico esquerdino do actual plantel que vai mantendo a forma enquanto aguarda pelas batalhas que aí vêm. Num tom diplomático, o atleta matosinhense mostra aqui algo mais de si do que apenas a boa disposição e futebol pratico que estamos habituados a ver.

Destaques
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O Titulo em que não participou
"Muita felicidade pelos meus companheiros!"

O Futuro
"Talvez mais um aninho no futebol federado..."

O Plantel
"Qualquer um pode ser titular."

Torneio da Académica
"Sonho passar a primeira fase."


Não fazendo parte do elenco fixo do Bayern, como foi ver de fora a vitoria no torneio? Teve pena de não ter participado?
"Muita felicidade pelos meus companheiros e também muita pena por não ter participado. Recordo que nessa altura, aos Sábados, dava sempre uma saltada ao Messenger porque sabia que iria encontrar o Tony para me colocar ao corrente dos resultados [risos]."

O que faz para manter a forma agora que acabou o seu campeonato no Leça do Balio e enquanto não arrancam de vez os treinos pré-torneio no Bayern?
"Inscrevi-me num ginásio! O objectivo é manter os índices físicos e trabalhar outras componentes e partes do corpo que no futebol, às vezes, são ignoradas. É a primeira vez que recorro a este tipo de actividade física, mas não gosto de estar parado e precisava de estar mais tempo com a minha namorada. No ginásio junto o útil ao agradável: pratico desporto e estou com a minha Lipinha!"

Continua a ponderar o seu futuro como jogador federado ou já tomou uma decisão?
"A decisão não está 100% tomada. Foi uma época muito difícil, atravessamos maus momentos, desejei rapidamente o final da época e ponderei várias vezes em colocar ponto final na carreira tal a exigência na conciliação trabalho-futebol-vida pessoal. Mas olho para trás e conto 16 anos de treinos e jogos de futebol; olho para o presente e vejo-me a viver com os meus pais que me tiram as responsabilidades de ter de ‘governar’ uma casa e permite-me continuar a fazer aquilo que gosto; tenho a Filipa que ainda não se encheu de aturar a minha ‘azia’ quando perdemos ou quando um jogo corre menos bem, ou quando não podemos sair porque tenho treino; e tenho os meus fãs (pai e avô) que desde sempre me acompanharam para todo o lado. Em muitas alturas da época vai ser um sacrifício ir aos treinos, mas os golos e outros bons momentos acabam sempre por prevalecer. Talvez mais um aninho no futebol federado para depois me dedicar completamente ao Bayern e às Sereias [risos]."

Em tempos foi descrito por um cronista como sendo "um jogador que não brilha mas que também nunca joga mal". Concorda com esta análise?
"Não posso concordar ou deixar de concordar. Sei que tenho características mais defensivas e nas zonas do terreno onde actuo é mais fácil ser lembrado por um ‘enterro’ do que por um jogo imaculado e o que eu procuro antes de tudo é não comprometer, ou seja, ser regular: jogar fácil, na antecipação e sair com a bola jogável porque custa muito menos ter a bola na nossa posse do que andar a ‘cheirá-la’. Se me colocarem em zonas mais ofensivas, aí sim, terei que assumir jogo, partir para cima do adversário, desequilibrar e procurar o golo, e assim corro mais o risco de brilhar ou jogar mal."

Voltemos um pouco atrás no tempo, até ao Torneio da Académica do ano passado. Antes de terminar a fase regular desse torneio, o Pascoal pediu desculpa aos colegas e “abdicou” de terminar a competição. O que o levou a tomar essa decisão?
"Desde o início encontrei um grupo espectacular no Bayern. Um grupo que me soube receber, que atura as minhas palhaçadas e onde todos se dão bem. É isso que me fez continuar a defender as cores do Bayern com o maior prazer do Mundo, mas no Torneio da Académica de Leça o espírito não era o mesmo: não sei se pelos vários torneios em que participámos, não sei se pelo nível de exigência do torneio, não sei se pela ambição ou falta dela de algum elemento. O copo acabou por transbordar quando a falta de solidariedade e até de respeito dum determinado jogador para com alguns colegas em situações esporádicas – que nem foi directamente comigo - e para com o plantel numa situação específica atingiu proporções que me levou a tomar tal atitude. O rumo que a equipa estava a tomar não me estava a agradar: primeiro quero divertir-me a jogar à bola, quero ir com vontade ter com os meus amigos do Bayern, ganhar será sempre o objectivo mas para mim, não será a qualquer custo. Sentia o mau ambiente no seio do grupo e tomei uma posição, mais no sentido de ver de fora o caminho que o Bayern estava a seguir mas também para alertar o núcleo duro do plantel."

Nesse torneio chegou a ser o capitão numa partida. Alguma sensação especial?
"Muito especial. Fiquei surpreso quando me nomearam capitão nesse jogo, não estava à espera. Dou muita importância ao Capitão da equipa, é ele o reflexo do plantel e o elo de ligação entre os diferentes elementos do grupo e na relação com o exterior (árbitros, direcção, equipa técnica, etc.). É sempre uma honra mas também uma grande responsabilidade e além do mais foi no jogo em que estavam presentes 4 colegas meus do Perafita em que só não ganhamos por manifesta infelicidade. Ainda estou à espera que o Nokas me dê a k7 do jogo [risos]. A juntar a tudo isto, creio que é opinião geral, a braçadeira fica mesmo bem no meu braço [rebola-se no chão a rir com as mãos na barriga]."

No torneio deste ano, o Bayern já tem a sua participação assegurada. O Pascoal será um dos “reforços” da equipa e encontrará Nuno (El Gran Capitán) a jogar na sua posição. Acha que vai entrar directamente para a equipa titular?
"Claro que não, aliás, acho que o Bayern tem uma equipa equilibrada onde qualquer jogador pode ser titular sem que a equipa perca muito rendimento. Não faria qualquer sentido dizer que não quero jogar ou que não ambiciono jogar sempre, mas no banco, na bancada ou a jogar quero é o melhor para o Bayern. E além do mais ser suplente do Capitán é uma honra, ele é o exemplo de dedicação, sacrifício e amor ao clube. Deve ser a referência para os mais novos."

Os dois jogadores são compatíveis?
"Depende da táctica a utilizar pelo mister. Se jogarmos os dois terei que ser mais móvel, o Capitán liberta-me das preocupações defensivas e posso jogar uns 2 ou 3 metros mais à frente procurando ocupar zonas mais ofensivas. É uma questão de rotina."

Quais são as expectativas para este torneio dificílimo?
"É difícil criar qualquer tipo de expectativa quando não temos qualquer conhecimento dos oponentes que vamos enfrentar. É claro que no meu subconsciente sonho em passar a 1ª fase, mas depende de muitos factores... Se o nível das equipas fôr igual ao que encontramos no ano transacto acho que o 3º lugar seria já um excelente resultado. As duas primeiras jornadas vão definir muita coisa tanto em termos de classificação como em termos de valia das equipas. Em termos extra-desportivos quero que a união do grupo saia ainda mais reforçada que é o elixir da longevidade de qualquer colectividade."


Passemos ás perguntas da praxe.
Quem são os seus ídolos no mundo da bola?
"Nunca fui de ter ídolos do tipo ter posters no quarto ou algo do género, mas aquele que mais se aproxima da veneração e eu sei que foi o melhor jogador a vestir a camisola do FC Porto e o Nokas sabe que eu sempre acreditei nele: o Mágico, simplesmente, DECO! Depois, aprecio a qualidade técnica do Nokas, a versatilidade do Mingues, o espírito de sacrifício da Capitán e a correcção do Tony."

Porquê o numero nº 13?
"Comecei a namorar com a Filipa no dia 13 de Outubro, a partir daí tento levar o 13 para todo o lado. Vai um exemplo? Escolhi de 4 bilhetes para a final da Taça a cadeira no lugar 13 da fila 13 e o Porto conquistou a 13ª Taça! Perfeito [risos]! Lembro-me que no meu 1º ano no Perafita quando os números eram fixos, o meu treinador na altura [ndr: António Cerqueira] perguntou-me qual o número que queria usar; eu disse o 13 e ele muito convicto disse: “Ahhh, Eusébio em 66! Muito bem!”; eu não me descosi e rematei “É por isso mesmo que quero o 13, mister!” [gargalhada sonora à José Carlos Malato]."

Algum fetiche antes de entrar em campo?
"Nenhum, tento não ter qualquer tipo de superstição."

Porquê o apelido de Pascoal se o seu nome de baptismo é Luís Miguel São Vicente?
"Luís Miguel Moreira São Vicente. Até ingressar no Leça do Balio sempre fui conhecido como o Luís ou Luís Miguel, mas quando cheguei ao clube da minha terra as pessoas conheciam-me como o ‘filho do Pascoal’. Ficou Pascoal no meio futebolístico desde então!"


Agora, venha o diabo e escolha.
Prefere o equipamento preto ou o branco?

"Branco."

Manuel Maria ou Tózé Ribeiro?
"Quando for velhinho e tiver netinhos há um homem que estará sempre associado à minha carreira como jogador: Manuel Maria."

Balneário do Leça do Balio ou balneário do Bayern Monchique?
"O meu mano tá no Bayern Monchique!"

Defesa ou ataque?
"Defender o que é nosso para depois atacar o que é dos outros."

Garcia ou Jonny?
"Com o Jonny nunca joguei, não posso comparar."

Relva sintética ou taco?
"Gosto dos dois, mas futsal tem que ser em taco."

Totobola ou Betandwin?
"Betandwin."

Mikasa branca ou Amarela?
"Talvez branca, mas o importante é tratá-las bem!"

Fifa ou Pró Evolution Soccer?
"Há muito tempo que não jogo, mas para já Pro Evolution Soccer
."

sexta-feira, 12 de maio de 2006

"O Bayern precisa de uma vassourada"

Numa fase de menor fulgor na vida do Bayern Monchique e deste blog que o acompanha, achamos por bem falar com Arnaldo Martins, destacado lider nas tabelas de presenças, golos e assistências do Bayern e dar a palavra a quem melhor que ninguém, está por dentro do presente e do futuro deste clube.
Por entre planos de futuro, verdades e desabafos, fica um desejo singular: uma caixa de Skip para oferecer á mãe.


Destaques
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Desilusão com o momento actual
"Estou farto de chavalada"

Se tivesse tempo
"Gostava de tentar uma experiência num clube federado"

Depois da conquista
"Uma estranha sensação de vazio"

O número 7
"Se jogar sem ele sinto-me nú"


Blog do BM - Sabemos que é uma pessoa muito ocupada e não lhe queremos roubar muito tempo, mas temos a plena convicção e isso já foi comprovado anteriormente que arranja sempre um tempinho para dedicar e neste caso para falar sobre o Bayern Monchique. Gostaríamos portanto de lhe fazermos algumas perguntas, pode ser?
"Arnaldo - Começo a responder precisamente às 1.09 horas, após um dia longo com vários contactos com jogadores, empresários e treinadores. É o defeso a falar mais alto. Objectivamente, ainda há pouca coisa definida, mas as movimentações do mercado são imensas. É um trabalho invisível que deverá dar frutos no futuro."

E já que começamos pela dedicação ao clube, o que tem a dizer sobre alguns colegas que não parecem estar a 100% nesta “Missão”? Posso citar o exemplo de Ricardo, Cadu, Nunes…
"Acho que havia mais exemplos. Não sei bem que dizer. Estou algo desiludido com o momento actual. E sinto que não dão grande valor aos contactos que o núcleo duro, nomeadamente, eu, Tony, Capitan e Mingues desenvolvemos para manter aceso o espírito Bayern. Estou farto de chavalada."

É verdade que o Bayern é já o clube do seu coração e que nada o faria mudar de emblema?
"É o clube do meu coração, mas mediante a actual situação admito mudar de emblema. Estou desiludido. Lamento a minha falta de tempo. Se tivesse outra disponibilidade, gostava de tentar uma experiência num clube federado, coisa que no Bayern nunca acontecerá. Só se saísse o Euro Milhões a algum de nós."

Da mesma forma, também o Arnaldo está no coração do Bayern ou se preferir dos bávaros. Em oito provas oficiais foi considerado por quatro vezes por este blog como o melhor jogador dos bávaros. Acha que isto espelha a sua importância no clube?
"Não tinha a real consciência desses números. Mas fico muito feliz e orgulhoso por esse facto. O Bayern faz-me sentir bem, pois estou ao lado de pessoas que estão no meu coração, casos de Tony, Capitan e Mingues, só para citar os elementos mais antigos. Há depois outros elementos mais recentes, caso da Fêmea que nem é preciso estar a dizer o carinho que sinto por ele. Sei que sou um elemento importante na estrutura, mas também sei que isso para alguns não lhes diz nada. Estou farto de chavalada."

Além das opiniões generalizadas também a frieza dos números ajudam a espelhar essa realidade. Você é neste momento o jogador com mais presenças (50), mais golos (69) e mais assistências (46) do clube. Além disto já capitaneou a equipa por 13 vezes. Concorda que o Bayern é cada vez mais o Arnaldo e mais quatro?
"Se fosse a Fêmea a responder, diria logo que sim, claramente [gargalhada]. Mas, obviamente, isso não é verdade. Arnaldo e mais quatro? Isso faz-me rir. Não tem nada a ver com o meu feitio. Se fosse Arnaldo com quatro gajas era um caso a pensar [outra gargalhada] Quanto aos números só posso dizer que não quero ficar por aqui. Gostava de multiplicar esses números por 1000. Se tiver forças e o menisco aguentar, vamos a isso."

E já que falamos em 13, acredita que o Pascoal poderá mesmo abandonar o futebol (joga no Leça do Balio) e dedicar-se a “tempo inteiro” ao Bayern?
"Não. Claro que não. Também seria uma estupidez deixar de fazer o que gosta nesta fase da vida em que ainda tem disponibilidade. Quando a Lipinha tiver filhos e eu for o padrinho do primeiro, aí sim, a coisa pode complicar. Pra já, não. Aliás, nunca acreditei nessa possibilidade. Era a pressão a falar mais alto. No que diz respeito ao Bayern poderemos sempre contar com ele em determinadas ocasiões. Ele gosta do grupo e o grupo gosta dele."

Neste torneio que se realizou no Fluvial, o Bayern levantou pela primeira vez a Taça de Campeão. Fale-nos desses momentos.
"[Pensativo] Pergunta difícil. Foi, de facto, especial, mas a festa propriamente dita devia ter sido mais prolongada. No final, fiquei feliz, mas senti uma estranha sensação de vazio. Talvez o último jogo merecesse mais emoção. De qualquer modo, foi fantástico sermos campeões. O segredo esteve no primeiro jogo. Simplesmente épico. Aqueles 4-3 com a Padaria Barbosa. Um jogo memorável. Foi aí que ganhámos o título. Foi, sem dúvida, um dos meus melhores jogos pelo Bayern."

Para a maioria dos atletas foi a primeira vez que ganharam uma competição. Também o foi para si?
"Nos iniciados e juvenis do Bom Pastor, fui duas vezes campeão do Torneio Amizade organizado pela Junta de Freguesia de Paranhos. Foram igualmente emoções fantásticas. Tínhamos uma grande equipa e praticávamos bom futsal. Ainda tenho as medalhas guardadas."

Qual foi o momento mais difícil nesse torneio?
"Resposta fácil: ficar de fora, devido a lesão, no jogo com o Charutas. Era um jogo importante e custou muito ficar de fora a sofrer pela equipa. Mas a resposta de todos foi muito boa. Sinceramente, fiquei surpreendido. Admito que temi o pior quando começámos a perder por 1-0. Valeu o Tony que apontou os dois golos do triunfo. Sem esquecer aquela assistência sublime do Mingues, que foi meio golo."


E para quando o primeiro troféu de melhor marcador? Nas últimas três competições (se excluirmos a Taça Elite que se realizou em sistema de play-off e a Taça Amizade que não chegou ao fim) “morreu na praia”. Ficou sempre em 2º lugar. Imagino que isso tenha sido frustrante…
"Nunca penso em ser o melhor marcador nas provas que entramos. Agora, admito que neste último torneio cheguei a pensar nisso, porque, salvo erro, cheguei a liderar a lista. Só que a lesão estragou tudo e mesmo depois quando regressei o rendimento não foi o mesmo e penso que fiquei em branco num jogo. Depois, também não me posso esquecer que esse objectivo nunca foi estipulado pelo grupo. Se fosse para lutar pelo melhor marcador, teria de estar mais minutos em campo e, em algumas partidas, isso não aconteceu, porque todos tinham de jogar. Frustrado? Não! Acho que fiz um grande torneio. Só não digo excelente porque tive a lesão e quebrei a partir daí."

Nesta ultima vez foi Mário (o box-to-box da AXA) a roubar-lhe o prémio. Soube-se recentemente que este atleta por intermédio do seu empresário deu a entender que veria com bons olhos a transferência para o Bayern. Seria um bom reforço?
"Tem grandes qualidades. Pelo que mostrou em campo, tem condições mais que suficientes para integrar o plantel do Bayern. Fora das quatro linhas, não o conheço, mas as indicações que me deram é que se trata de um bom rapaz. Acho que sim. Seria reforço."

É amigo de Marcos Calado há alguns anos e o responsável principal pela entrada deste no clube. Como viu aquele incidente que ele protagonizou no Torneio da Amizade?
"Já o disse antes: o Calado esteve muito mal na situação que criou. É algo que não faz parte da minha forma de ser, nem do espírito do clube. É algo para (não) esquecer, pois não deve ser repetido."

O facto de Cadu ter dado uma de agente duplo e ter-se juntado aos quadros da equipa Maiata Unidos Á Pedreira parece não ter caído bem no balneário bávaro. Também sentiu isso?
"O Cadu é bom rapaz. Foi considerado o nosso melhor jogador no Torneio do CAC. Eu não teria feito o que ele fez, mas isso sou eu que sinto o Bayern de forma diferente. O Cadu está a chegar..."

Aos 26 anos sente-se no auge da forma física?
"Nada disso. Desde aquele sprint, frente ao 803, numa jogada em que acreditei que o Canhão me ia passar a bola nunca mais fui o mesmo. Estava a sentir-me em grande forma quando estávamos em simultâneo no CAC e no Fluvial. Mas depois desse treino em que fiz a lesão... ainda ando a penar e à procura da confiança e ritmo ideal."

O clube está neste momento “parado”. Não há competições a decorrer e mesmo a nível de jogos amigáveis estes contam-se pelos dedos das mãos. Qual o motivo de tal escassez competitiva?
"Falta de maturidade e responsabilidade de alguns elementos. A par disso, a ausência de Tony é decisiva nesta situação. É um elemento preponderante nestas questões, pois organiza e cativa. Com ele de fora, as coisas complicam-se. Tenho tentado mas a resposta de alguns atletas tem sido desanimadora. O curso que o Mingues está a tirar também impede a sua presença total e isso também nos prejudica. Mas, no fundo, acho que há falta de vontade. Estou farto de chavalada. O Bayern precisa de uma vassourada. Talvez aí depois alguns meninos sejam mais responsáveis e dêem o devido valor."

O futuro imediato parece ser o XII Torneio de Futsal do Conselho de Matosinhos (vulgo Torneio da Académica de Leça), uma prova com outros pergaminhos e um nível competitivo impressionante. Quais são as expectativas e os objectivos do Arnaldo e do Bayern.
"Este sim é um grande torneio, onde temos tudo a ganhar. Vamos defrontar equipas competitivas e só temos a ganhar com isso. É uma prova realmente aliciante e só espero que possamos surpreender. Passar a primeira fase já seria fantástico. Individualmente, espero fazer pelo menos o que fiz no ano anterior. Mas confesso que já estive mais excitado..."

O patrocínio continuará a ser do Jornal Matosinhos Hoje mas será desta que o clube vai poder usar o seu nome na designação oficial da equipa?
"Oficialmente, não poderemos utilizar o nome Bayern, mas o que conta é o espírito. Já no CAC fomos os "Amigos do Loureiro" e isso não nos atrapalhou em nada."

A prova começa daqui por 5 semanas mas até lá ainda há muitas situações a esclarecer. Confirma-se que Tózé vai ser o treinador da equipa?
"Essa questão tem de ser respondida pelo conselho de administração. Acho que é um assunto delicado e que deve ser ponderado."

Quantos jogadores serão inscritos?
"No máximo, acho que não devíamos ultrapassar os 11."

Nuno e Tony estão em dúvida para essa prova…
"Acredito que ambos vão estar em condições de dar o seu contributo nessa importante prova. São elementos nucleares dentro do grupo. Sem eles, não tem a mesma piada. Vão estar presentes, sim senhor. Não pode ser de outra forma."

Norberto, Litos, Pascoal, Serginho, Pedro… entre outros, são nomes que tem vindo a publico como possíveis reforços da equipa. Que lhe parecem estes jogadores? Alguns deles já conhece bem. Fale-nos das características de cada um deles.
"São mais-valias e é isso que o Bayern precisa. Jogadores que ofereçam algo ao grupo e acrescentem mais qualquer coisa. Além disso, são elementos que encaixam bem no espírito do grupo. O Norberto é fantástico. Um jogador completo ao nível do futsal. Sem dúvida, a melhor aquisição da história do Bayern. Litos e Pascoal não precisam de apresentações. Já estiveram connosco em alguns torneios e são da casa. Serginho é outro elemento que encaixa como uma luva. Com ele, tudo fica mais fácil. Joga rápido e simples. Acredito muito nas suas capacidades. O Pedro é incansável. Jovem promissor, que tem os genes do Norberto, porque são irmãos. Não é tão completo, mas tem igualmente grande capacidade. São reforços na verdadeira acepção da palavra."

Apaixonou-se pelo equipamento branco ou continua fiel ao preto?
"Amor como o primeiro... o ouro-negro é o que me identifico mais. O branquinho também começa a ganhar o seu espaço. Só não gosto das meias. São apertadas."

Quem são os seus ídolos no mundo da bola?
"Actualmente, não tenho. Mas aquela equipa do Valência com Mendieta, Cláudio Lopez, Ortega, Gerard enchia-me as medidas. O piolho era fantástico. Tenho o wallpaper dele. Talvez seja um dos meus ídolos. Depois, há Romário. Guardiola também. E o mexicano Luís Hernandez, mas isso era mais um fétiche [sorriso]. Se tivesse de eleger um jogador da actualidade teria de cair no lugar comum e falar no Ronaldinho. Isto para não falar no Mingues [gargalhada]."

Que importância tem o numero 7 para si?
"Não consigo explicar. Jogar com outro número é quase como me sentir nú. 0 Número 7 é muito especial. Se calhar, tem a ver com o meu pai. Lembro-me quando era puto de o ver jogar e ele tinha sempre o 7 nas costas. Lembro-me de um jogo em que ele marcou um penaltie ao serviço do Amial Regado. E estava com a 7. Ele é o meu verdadeiro ídolo na vida e talvez seja por isso. No Bom Pastor, Padroense e Leça Balio, joguei quase sempre com a 7. Acho que está explicado [sorriso]. São 2.04 horas. Vou dormir. Agradeço a oportunidade e aproveito para deixar um agradecimento muito especial à minha mãe, que tem sido incansável ao lavar, às vezes, 5 equipamentos de uma só vez, e às sereias negras, sobretudo, a minha piteuzinha, pelo apoio constante. E também à minha mana, pai e amigos por tutti, tutti, tutti [gargalhada]. Só mais um apelo: podíamos fazer uma colecta para comprar mais uma caixa de skip para a minha mãe lavar os equipamentos.
"