sexta-feira, 12 de maio de 2006

"O Bayern precisa de uma vassourada"

Numa fase de menor fulgor na vida do Bayern Monchique e deste blog que o acompanha, achamos por bem falar com Arnaldo Martins, destacado lider nas tabelas de presenças, golos e assistências do Bayern e dar a palavra a quem melhor que ninguém, está por dentro do presente e do futuro deste clube.
Por entre planos de futuro, verdades e desabafos, fica um desejo singular: uma caixa de Skip para oferecer á mãe.


Destaques
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Desilusão com o momento actual
"Estou farto de chavalada"

Se tivesse tempo
"Gostava de tentar uma experiência num clube federado"

Depois da conquista
"Uma estranha sensação de vazio"

O número 7
"Se jogar sem ele sinto-me nú"


Blog do BM - Sabemos que é uma pessoa muito ocupada e não lhe queremos roubar muito tempo, mas temos a plena convicção e isso já foi comprovado anteriormente que arranja sempre um tempinho para dedicar e neste caso para falar sobre o Bayern Monchique. Gostaríamos portanto de lhe fazermos algumas perguntas, pode ser?
"Arnaldo - Começo a responder precisamente às 1.09 horas, após um dia longo com vários contactos com jogadores, empresários e treinadores. É o defeso a falar mais alto. Objectivamente, ainda há pouca coisa definida, mas as movimentações do mercado são imensas. É um trabalho invisível que deverá dar frutos no futuro."

E já que começamos pela dedicação ao clube, o que tem a dizer sobre alguns colegas que não parecem estar a 100% nesta “Missão”? Posso citar o exemplo de Ricardo, Cadu, Nunes…
"Acho que havia mais exemplos. Não sei bem que dizer. Estou algo desiludido com o momento actual. E sinto que não dão grande valor aos contactos que o núcleo duro, nomeadamente, eu, Tony, Capitan e Mingues desenvolvemos para manter aceso o espírito Bayern. Estou farto de chavalada."

É verdade que o Bayern é já o clube do seu coração e que nada o faria mudar de emblema?
"É o clube do meu coração, mas mediante a actual situação admito mudar de emblema. Estou desiludido. Lamento a minha falta de tempo. Se tivesse outra disponibilidade, gostava de tentar uma experiência num clube federado, coisa que no Bayern nunca acontecerá. Só se saísse o Euro Milhões a algum de nós."

Da mesma forma, também o Arnaldo está no coração do Bayern ou se preferir dos bávaros. Em oito provas oficiais foi considerado por quatro vezes por este blog como o melhor jogador dos bávaros. Acha que isto espelha a sua importância no clube?
"Não tinha a real consciência desses números. Mas fico muito feliz e orgulhoso por esse facto. O Bayern faz-me sentir bem, pois estou ao lado de pessoas que estão no meu coração, casos de Tony, Capitan e Mingues, só para citar os elementos mais antigos. Há depois outros elementos mais recentes, caso da Fêmea que nem é preciso estar a dizer o carinho que sinto por ele. Sei que sou um elemento importante na estrutura, mas também sei que isso para alguns não lhes diz nada. Estou farto de chavalada."

Além das opiniões generalizadas também a frieza dos números ajudam a espelhar essa realidade. Você é neste momento o jogador com mais presenças (50), mais golos (69) e mais assistências (46) do clube. Além disto já capitaneou a equipa por 13 vezes. Concorda que o Bayern é cada vez mais o Arnaldo e mais quatro?
"Se fosse a Fêmea a responder, diria logo que sim, claramente [gargalhada]. Mas, obviamente, isso não é verdade. Arnaldo e mais quatro? Isso faz-me rir. Não tem nada a ver com o meu feitio. Se fosse Arnaldo com quatro gajas era um caso a pensar [outra gargalhada] Quanto aos números só posso dizer que não quero ficar por aqui. Gostava de multiplicar esses números por 1000. Se tiver forças e o menisco aguentar, vamos a isso."

E já que falamos em 13, acredita que o Pascoal poderá mesmo abandonar o futebol (joga no Leça do Balio) e dedicar-se a “tempo inteiro” ao Bayern?
"Não. Claro que não. Também seria uma estupidez deixar de fazer o que gosta nesta fase da vida em que ainda tem disponibilidade. Quando a Lipinha tiver filhos e eu for o padrinho do primeiro, aí sim, a coisa pode complicar. Pra já, não. Aliás, nunca acreditei nessa possibilidade. Era a pressão a falar mais alto. No que diz respeito ao Bayern poderemos sempre contar com ele em determinadas ocasiões. Ele gosta do grupo e o grupo gosta dele."

Neste torneio que se realizou no Fluvial, o Bayern levantou pela primeira vez a Taça de Campeão. Fale-nos desses momentos.
"[Pensativo] Pergunta difícil. Foi, de facto, especial, mas a festa propriamente dita devia ter sido mais prolongada. No final, fiquei feliz, mas senti uma estranha sensação de vazio. Talvez o último jogo merecesse mais emoção. De qualquer modo, foi fantástico sermos campeões. O segredo esteve no primeiro jogo. Simplesmente épico. Aqueles 4-3 com a Padaria Barbosa. Um jogo memorável. Foi aí que ganhámos o título. Foi, sem dúvida, um dos meus melhores jogos pelo Bayern."

Para a maioria dos atletas foi a primeira vez que ganharam uma competição. Também o foi para si?
"Nos iniciados e juvenis do Bom Pastor, fui duas vezes campeão do Torneio Amizade organizado pela Junta de Freguesia de Paranhos. Foram igualmente emoções fantásticas. Tínhamos uma grande equipa e praticávamos bom futsal. Ainda tenho as medalhas guardadas."

Qual foi o momento mais difícil nesse torneio?
"Resposta fácil: ficar de fora, devido a lesão, no jogo com o Charutas. Era um jogo importante e custou muito ficar de fora a sofrer pela equipa. Mas a resposta de todos foi muito boa. Sinceramente, fiquei surpreendido. Admito que temi o pior quando começámos a perder por 1-0. Valeu o Tony que apontou os dois golos do triunfo. Sem esquecer aquela assistência sublime do Mingues, que foi meio golo."


E para quando o primeiro troféu de melhor marcador? Nas últimas três competições (se excluirmos a Taça Elite que se realizou em sistema de play-off e a Taça Amizade que não chegou ao fim) “morreu na praia”. Ficou sempre em 2º lugar. Imagino que isso tenha sido frustrante…
"Nunca penso em ser o melhor marcador nas provas que entramos. Agora, admito que neste último torneio cheguei a pensar nisso, porque, salvo erro, cheguei a liderar a lista. Só que a lesão estragou tudo e mesmo depois quando regressei o rendimento não foi o mesmo e penso que fiquei em branco num jogo. Depois, também não me posso esquecer que esse objectivo nunca foi estipulado pelo grupo. Se fosse para lutar pelo melhor marcador, teria de estar mais minutos em campo e, em algumas partidas, isso não aconteceu, porque todos tinham de jogar. Frustrado? Não! Acho que fiz um grande torneio. Só não digo excelente porque tive a lesão e quebrei a partir daí."

Nesta ultima vez foi Mário (o box-to-box da AXA) a roubar-lhe o prémio. Soube-se recentemente que este atleta por intermédio do seu empresário deu a entender que veria com bons olhos a transferência para o Bayern. Seria um bom reforço?
"Tem grandes qualidades. Pelo que mostrou em campo, tem condições mais que suficientes para integrar o plantel do Bayern. Fora das quatro linhas, não o conheço, mas as indicações que me deram é que se trata de um bom rapaz. Acho que sim. Seria reforço."

É amigo de Marcos Calado há alguns anos e o responsável principal pela entrada deste no clube. Como viu aquele incidente que ele protagonizou no Torneio da Amizade?
"Já o disse antes: o Calado esteve muito mal na situação que criou. É algo que não faz parte da minha forma de ser, nem do espírito do clube. É algo para (não) esquecer, pois não deve ser repetido."

O facto de Cadu ter dado uma de agente duplo e ter-se juntado aos quadros da equipa Maiata Unidos Á Pedreira parece não ter caído bem no balneário bávaro. Também sentiu isso?
"O Cadu é bom rapaz. Foi considerado o nosso melhor jogador no Torneio do CAC. Eu não teria feito o que ele fez, mas isso sou eu que sinto o Bayern de forma diferente. O Cadu está a chegar..."

Aos 26 anos sente-se no auge da forma física?
"Nada disso. Desde aquele sprint, frente ao 803, numa jogada em que acreditei que o Canhão me ia passar a bola nunca mais fui o mesmo. Estava a sentir-me em grande forma quando estávamos em simultâneo no CAC e no Fluvial. Mas depois desse treino em que fiz a lesão... ainda ando a penar e à procura da confiança e ritmo ideal."

O clube está neste momento “parado”. Não há competições a decorrer e mesmo a nível de jogos amigáveis estes contam-se pelos dedos das mãos. Qual o motivo de tal escassez competitiva?
"Falta de maturidade e responsabilidade de alguns elementos. A par disso, a ausência de Tony é decisiva nesta situação. É um elemento preponderante nestas questões, pois organiza e cativa. Com ele de fora, as coisas complicam-se. Tenho tentado mas a resposta de alguns atletas tem sido desanimadora. O curso que o Mingues está a tirar também impede a sua presença total e isso também nos prejudica. Mas, no fundo, acho que há falta de vontade. Estou farto de chavalada. O Bayern precisa de uma vassourada. Talvez aí depois alguns meninos sejam mais responsáveis e dêem o devido valor."

O futuro imediato parece ser o XII Torneio de Futsal do Conselho de Matosinhos (vulgo Torneio da Académica de Leça), uma prova com outros pergaminhos e um nível competitivo impressionante. Quais são as expectativas e os objectivos do Arnaldo e do Bayern.
"Este sim é um grande torneio, onde temos tudo a ganhar. Vamos defrontar equipas competitivas e só temos a ganhar com isso. É uma prova realmente aliciante e só espero que possamos surpreender. Passar a primeira fase já seria fantástico. Individualmente, espero fazer pelo menos o que fiz no ano anterior. Mas confesso que já estive mais excitado..."

O patrocínio continuará a ser do Jornal Matosinhos Hoje mas será desta que o clube vai poder usar o seu nome na designação oficial da equipa?
"Oficialmente, não poderemos utilizar o nome Bayern, mas o que conta é o espírito. Já no CAC fomos os "Amigos do Loureiro" e isso não nos atrapalhou em nada."

A prova começa daqui por 5 semanas mas até lá ainda há muitas situações a esclarecer. Confirma-se que Tózé vai ser o treinador da equipa?
"Essa questão tem de ser respondida pelo conselho de administração. Acho que é um assunto delicado e que deve ser ponderado."

Quantos jogadores serão inscritos?
"No máximo, acho que não devíamos ultrapassar os 11."

Nuno e Tony estão em dúvida para essa prova…
"Acredito que ambos vão estar em condições de dar o seu contributo nessa importante prova. São elementos nucleares dentro do grupo. Sem eles, não tem a mesma piada. Vão estar presentes, sim senhor. Não pode ser de outra forma."

Norberto, Litos, Pascoal, Serginho, Pedro… entre outros, são nomes que tem vindo a publico como possíveis reforços da equipa. Que lhe parecem estes jogadores? Alguns deles já conhece bem. Fale-nos das características de cada um deles.
"São mais-valias e é isso que o Bayern precisa. Jogadores que ofereçam algo ao grupo e acrescentem mais qualquer coisa. Além disso, são elementos que encaixam bem no espírito do grupo. O Norberto é fantástico. Um jogador completo ao nível do futsal. Sem dúvida, a melhor aquisição da história do Bayern. Litos e Pascoal não precisam de apresentações. Já estiveram connosco em alguns torneios e são da casa. Serginho é outro elemento que encaixa como uma luva. Com ele, tudo fica mais fácil. Joga rápido e simples. Acredito muito nas suas capacidades. O Pedro é incansável. Jovem promissor, que tem os genes do Norberto, porque são irmãos. Não é tão completo, mas tem igualmente grande capacidade. São reforços na verdadeira acepção da palavra."

Apaixonou-se pelo equipamento branco ou continua fiel ao preto?
"Amor como o primeiro... o ouro-negro é o que me identifico mais. O branquinho também começa a ganhar o seu espaço. Só não gosto das meias. São apertadas."

Quem são os seus ídolos no mundo da bola?
"Actualmente, não tenho. Mas aquela equipa do Valência com Mendieta, Cláudio Lopez, Ortega, Gerard enchia-me as medidas. O piolho era fantástico. Tenho o wallpaper dele. Talvez seja um dos meus ídolos. Depois, há Romário. Guardiola também. E o mexicano Luís Hernandez, mas isso era mais um fétiche [sorriso]. Se tivesse de eleger um jogador da actualidade teria de cair no lugar comum e falar no Ronaldinho. Isto para não falar no Mingues [gargalhada]."

Que importância tem o numero 7 para si?
"Não consigo explicar. Jogar com outro número é quase como me sentir nú. 0 Número 7 é muito especial. Se calhar, tem a ver com o meu pai. Lembro-me quando era puto de o ver jogar e ele tinha sempre o 7 nas costas. Lembro-me de um jogo em que ele marcou um penaltie ao serviço do Amial Regado. E estava com a 7. Ele é o meu verdadeiro ídolo na vida e talvez seja por isso. No Bom Pastor, Padroense e Leça Balio, joguei quase sempre com a 7. Acho que está explicado [sorriso]. São 2.04 horas. Vou dormir. Agradeço a oportunidade e aproveito para deixar um agradecimento muito especial à minha mãe, que tem sido incansável ao lavar, às vezes, 5 equipamentos de uma só vez, e às sereias negras, sobretudo, a minha piteuzinha, pelo apoio constante. E também à minha mana, pai e amigos por tutti, tutti, tutti [gargalhada]. Só mais um apelo: podíamos fazer uma colecta para comprar mais uma caixa de skip para a minha mãe lavar os equipamentos.
"

14 comentários:

Tony Silva disse...

Fónix! Já ninguém vem ao blog...

Anónimo disse...

Eu n disse q isto precisava de uma vassourada? :)

Anónimo disse...

Eu n disse q isto precisava de uma vassourada? :)

Anónimo disse...

Eu n disse q isto precisava de uma vassourada? :)

Anónimo disse...

Eu n disse q isto precisava de uma vassourada? :)

Tony Silva disse...

Disseste. 5 vezes já

Anónimo disse...

E n tenho razão? :)

Tony Silva disse...

Acho q sim!

Anónimo disse...

Isto sim, é a descascar...
Já lá vai o tempo em q era td mt lindo e ninguém precisava de se chatear com ninguém.
Agora, por vezes , tem de se falar assim para as pessoas meterem a mao na consciencia e verem q realmente têm de dar mais pelo BM.

Anónimo disse...

Sp Gran Capitan!

Anónimo disse...

BAYERN, BAYERN.

Tony Silva disse...

Temos claque! É por isso q o Bayern não pode acabar.

Anónimo disse...

O Bayern nunca irá acabar!

Só precisa de uma vassourada:)

Tony Silva disse...

Parece q o Arnaldo foi prestar provas ao Aguias Boavista FC... no Luxemburgo :)