Com nota artística

Bayern confirma o segundo lugar com vitória e ainda garante o Fair Play e não um, mas dois, melhores marcadores

Era um jogo “decisivo”, se é que se pode considerar assim tão importante o ficar em segundo ou em terceiro lugar. Ao Bayern bastava um empate mas não fez por menos e “desmentiu” o resultado da primeira volta.


Liga FutsalSport (Ultima jornada)
24 de Março de 2012, 19 horas

Bayern Monchique, 4
AT Informática, 2

Jogo no Pavilhão do Colégio de Gaia
Bayern M. – Miguel; Nuno [cap.] (1) e Tony (1); Cadu (1) e Domingues.
Jogou ainda: Canhão (1)
TR: Ricardo Almeida

Ao intervalo: 2-2
Marcha do Marcador: 1-0; 1-2; 4-2

O jogo da primeira volta resultara num empate muito difícil de engolir. Não que o adversário não tivesse valor, obviamente que tem e não é por aí, mas depois de estar a vencer 4-0 ao intervalo, empatar 5-5 foi um grande “acidente de percurso”, passe o eufemismo.
Para este jogo, em relação ao da primeira volta o Bayern já não contou com Brito nem Litos, “substituídos” por Cadu. Já os informáticos estavam agora na máxima força, com o capitão Jorge Carvalho, o pivot Ricardo Almeida e o rapidíssimo Bruno Ribeiro, este ultimo que esteve vários jogos ausente da competição e todos eles ausentes do jogo da primeira volta. Junto com o habilidoso Pedro Ferreira e o guardião Nuno Moiteiro, estava aqui um cinco de luxo. Um cinco que no entanto nunca esteve junto em campo. Muitas vezes é esse o problema dos planteis muito extensos e neste caso em particular das equipas de empresas, em que todos “tem” de jogar e aí acaba por se perder qualidade na rotação da equipa, embora não tenha sido por aí que o Bayern ganhou o jogo, mas já lá vamos…

Ricas apostou na mesma equipa do jogo anterior, mantendo Canhão de inicio no banco e fazendo avançar Cadu para o lugar de Litos, a ausência de maior vulto. Esperava-se um jogo muito difícil, bem mais equilibrado que na primeira volta (ou pelos que a primeira parte desse jogo) e provavelmente com pendor para o lado da AT.
Começou bem o Bayern com Nuno a abrir o activo logo aos 2 minutos. No contra golpe e de contra ataque a AT rapidamente chegou ao empate e não tardou para que marcasse mesmo o segundo golo. O jogo estava equilibrado. O Bayern acertou a defensiva e os ataques eram repartidos. Ainda antes do intervalo Cadu com um grande golo repôs a igualdade que se vivia ao intervalo. O resultado não era mau. Nenhum cartão mostrado o que era importante para manter o Fair Play do lado bávaro e um score que a manter-se dava o segundo lugar ao Bayern, objectivo principal da equipa. Por esta altura e num plano secundário, nem Domingues nem Tony haviam marcado qualquer golo…

Começou a segunda parte e manteve-se a toada. O Bayern fechava bem os caminhos da sua área e mesmo quando conseguiam alvejar a baliza, o tiro saía ao lado ou era travado por Miguel, sempre muito atento.
A passe de Tony Canhão colocou os bávaros em vantagem. Mais tarde foi Tony a marcar, aproveitando da melhor forma uma bola entregue por Domingues. Este golo deixou Tony em igualdade de golos com Domingues e teve o condão de destruir o ânimo dos contrários. Ainda tentaram alterar o rumo dos acontecimentos, inclusive fazendo avançar o guardião, mas no espirito dos bávaros a vitória já não fugia. O mais difícil estava feito e a partir daí até foram os bávaros a ter mais oportunidades flagrantes. Duas delas, ambas por Domingues, pareceram falhanços inacreditáveis. Primeiro sozinho perante o redes, a optar por responder a um “centro” de Nuno com um remate de pronto, ao lado, quando podia ter parado a bola e escolhido onde a meter. Depois, apoderando-se de uma bola no seu meio campo e com o guarda redes fora da baliza, perdeu muito tempo a ajeitar a bola, num movimento que tantas vezes repete com sucesso nos treinos, mas aqui acabou por ver o adversário sacar-lhe a bola no momento final. Diria que a “pressão” de ser o melhor marcador foi mais forte e levou a melhor sobre ele…

Vitória final por 4-2, justa e bem alicerçada numa equipa que não tem craques, fazendo da coesão a sua maior estrela. Segunda vitória de Ricas, agora sim a valer.
Fair Play garantido e boas perspectivas no melhor marcador, embora dependente do que faria Nelson Russa da Kuinta da Lousa logo a seguir. A expectativa levou a que os bávaros acompanhassem a segunda parte do jogo entre a “Kuinta” e os “Amigos Fantásticos”. O jovem Nelson só poderia marcar um golo para não estragar a festa de Tony e Domingues. Havia essa margem mas nem foi preciso. Os “Amigos” também tinham interesses em jogo, nomeadamente a manutenção do terceiro lugar, que perderiam para a Kuinta da Lousa, se perdessem o jogo. Como esperado, não era fácil a Nelson fazer golos neste jogo. Os Amigos são talvez a equipa que melhor defende (quando aposta nisso) e aqui fizeram-no muito bem, não permitindo qualquer golo ao adversário.
Ex-áqueo ficam Tony e Domingues como os melhores marcadores do torneio. É um facto notável, já que é apenas a quinta vez que o Bayern consegue ter o “melhor marcador”. Anteriormente apenas Pedro por três vezes (20 golos em 8 jogos na Homenagem a António Silva; 19 golos em 9 jogos na Liga FutBaliense e 20 golos em 8 jogos no XVI Torneio da Académica) e Norberto uma vez pelo meio na Homenagem a Adriano Correia com 18 golos em apenas 5 jogos. Agora ter dois jogadores da mesma equipa com 12 golos em 10 jogos, a dividir o prémio é fantástico.

É também o sexto trofeu Fair Play que conseguimos, ao ritmo de um por ano, apenas com um hiato entre 2007 e 2008, onde de resto fomos 4 vezes campeões: - Homenagem aos Bombeiros em 2005; Homenagem a Eduardo Coutinho em 2006; Liga FutBaliense em 2009; Liga SuperFutsal em 2010; Liga Futsal em 2011 e agora Liga FutsalSport e 2012.

Portanto, já temos o Fair Play deste ano, agora vamos é partir para os títulos de campeão!

O filme dos Golos

1-0 Passe de Cadu para Nuno no lado esquerdo à entrada da área que remata e faz o golo.

1-1 Contra ataque com Cardoso a entrar no meio campo bávaro. A defensiva baixa as linhas o que permite a Cardoso controlar a bola e coloca-la em Jorge que aparece ao segundo poste a completar.

1-2 Pedrinho faz o golo.

2-2 Cadu recebe a bola de Canhão, finta o seu marcador e parte para a área desferindo então um remate de baixo para cima. Belo golo!


3-2 Tony na assistência e Canhão a facturar.

4-2 Domingues recebe de costas para a baliza e passa no centro a Tony que pára a bola e arranca um bico com a bola a entrar junto ao poste.

A Estrela

Carlos “Cadu” Rodrigues – nota 8

Finalmente: - Cadu!
Ao longo do torneio alternou exibições “boazinhas” com outras apenas razoáveis pelo que se esperava sempre “algo mais”. Até já tinha sido eleito melhor bávaro em campo na exasperante derrota por 6-0 com os Amigos Fantásticos, na primeira jornada, mas nada a ver. Quando o Bayern precisou mesmo Cadu apareceu e apesar das dificuldades físicas, deu tudo o que tinha e não tinha. O seu golo é um portento!


Os outros bávaros

Todos nota 7.

Balanço (quase) final

Objectivo altamente conseguido! Melhor que isto só se fossemos campeões. A seu tempo pensaremos nisso, mas neste torneio, com o plantel tão curto o objectivo era apenas ficar no top 3. Claro que se ficássemos em terceiro mais não seria que “objectivo cumprido”. Assim, diria que o fizemos com distinção!
Basta enumerar as dificuldades para se chegar à conclusão que o resultado final foi mesmo muito bom.
Para começar, logo no banco as coisas nunca foram fáceis. Só num jogo é que conseguimos ter 8 elementos (3 suplentes). Em quatro jogos só tivemos 1 suplente e chegamos mesmo a fazer um jogo sem qualquer suplente, tendo perdido no ultimo minuto, por manifesta “falta de força”.
Também no banco mas a nível de direcção técnica e táctica o percurso foi sempre irregular. Chumbo só esteve presente em dois encontros (uma vitória e um empate), cabendo a Tony a orientação da equipa em 6 jogos (3 vitórias e 3 derrotas) ao mesmo tempo que jogava. Nos últimos dois jogos acabou por ser Ricas a fazer o papel de técnico, conseguindo duas vitórias. Promissor!
Também na baliza o cenário não foi muito diferente. Rui Sá só fez dois jogos (ambos com o campeão), Miguel esteve em seis e Ricas desenrascou noutros dois.
Na frente Brito e Taboada só fizeram um jogo cada. Pascoal fez quatro e Litos 5. Coube quase sempre ao mesmo quinteto (Cadu, Nuno, Mingues, Tony e Canhão) arcar com a “responsabilidade” e garantir alguma estabilidade.
Posto tudo isto o segundo lugar é fantástico. Se a isso ainda se juntou o Fair Play e o melhor marcador, então quase não há palavras… foi mesmo com nota artística!