O fim que ninguém queria…

Torneio Amizade (8ª Jornada)
2 Janeiro 2006, 22.40 horas

Bayern Monchique, 1
CRH, 2
(jogo interrompido aos 30 minutos)
Jogo na Escola Boa Nova, em Leça da Palmeira
Árbitros: Alex Moreno e Joana Gorda
Bayern M – Filipe; Capitán [cap.], Calado, Arnaldo (1) e Ricardo
Jogaram ainda: Domingues, Nando e Norberto
TR: Tozé Ribeiro e Vítor Coutinho
CRH – Barbas; Pesadão, Ligeirinho, Sem Jeito e Insurrecto
Jogaram ainda: Mais alguns
TR: Sem jeito – parte II
Disciplina: Foi muito mau…
Ao intervalo: 0-2
Marcha do marcador: 0-2; 1-2

Cenas de pugilato ditam final precoce da competição

É a crónica de uma noite triste para o Bayern e para quem gosta de se divertir a jogar futsal. E custa falar de um episódio negro quando na verdade deveríamos estar a retratar as emoções da partida e da alegria vivida no balneário.
O Bayern é uma equipa disciplinada (não é por acaso que ganhou a Taça Disciplina no Torneio Júlio Garganta) e é difícil perceber o que realmente aconteceu no pavilhão da Boa Nova. Um dado é indesmentível: o ano novo começou mal…

Insultos e agressões

O momento lúgubre do encontro acontece aos 10 minutos do segundo tempo. Ao fim de muitas picardias, o número 11 do CRH encosta a cabeça em Calado, que se deixa cair ao sentir o toque. Após algum sururu, o árbitro decide-se pela expulsão do jogador forasteiro, que, cego de raiva, agride Calado, quando este se encontrava de costas. Uma atitude cobarde que funcionou como gasolina num gatilho cheio de pólvora. O que se passou a seguir é uma cena de tristes acontecimentos, com alguns jogadores a tentarem separar os dois intervenientes e outros a ajudarem à festa, com mais trocas de mimos. A verdade é que os dois jogadores revelaram comportamento anti-desportivo, preocupando-se mais em tirar de esforço que em jogar à bola.

Fúria e vidro partido

Calado não se conteve e, após ter sido agredido, reagiu de forma violenta, revelando uma fúria que nunca se lhe tinha visto. Foi preciso meio mundo para o segurar (Nando revelou conhecimentos de wrestling) e, mesmo assim, o bá(r)varo só se acalmou quando, em desespero, partiu um vidro à patada. Um incidente que, felizmente, não teve mais consequências graves. Ao menos isso…

Ponto final na prova

A organização anunciou hoje (quarta-feira) o final da prova. Os incidentes estão na base da decisão e, ao que apuramos, nem sequer é um dado adquirido que sejam entregues quaisquer taças relativos à classificação da primeira volta, o que, numa primeira instância, parecia ser o cenário a considerar pelos responsáveis da prova.
A SAD do Bayern contactou uma das promotoras da competição (Marta), no sentido de apurar se o clube iria ser ressarcido financeiramente, já que em vez dos 8 jogos inicialmente agendados apenas fez 5 e… meio. A resposta surgiu na base do regulamento: «Equipa que se envolver em desacatos está automaticamente excluída da prova…». Uma má imagem para o clube que urge limpar rapidamente…
Nando, via sms, já deixou bem vincada a sua posição: «Quero o meu dinheiro de volta».


Ah… o jogo!

Pois, parece que houve jogo. O desafio passou, naturalmente, para um plano muito secundário.
E que dizer? Que o Bayern entrou a dormir, muito mal mesmo, o sector defensivo parecia manteiga, e que o adversário, acossado pela derrota (3-2) da primeira volta, entrou enérgico e, nos dois primeiros remates, fez dois golos de belo efeito. Primeiro, autoria do tal fingelinhas nrº 11, na sequência de um pontapé de canto, e o segundo, através do nrº 9, num lance em que Calado (noite mesmo para esquecer) foi ultrapassado. A perder, o Bayern reagiu e criou alguns lances de perigo. Mingues, num “bico” de fora da área, quase surpreendia o guarda-redes.
Norberto, que chegou atrasado à concentração, mal entrou deu logo outra força à equipa e o jogo começou a ser mais fluído. A fechar a primeira parte, um momento que merecia golo: Norberto lança Arnaldo, este domina de cabeça e, à saída do guarda-redes, pica-lhe a bola por cima, ficando com a baliza à mercê; o nrº 7 só não fez golo, porque «in-extremis» um defesa cortou sobre a linha. Foi pena…

Tanto desperdício

A segunda parte mostra um Bayern dominador, a jogar rápido, a pressionar. Finalmente, após algumas ameaças, surge o golo, assinatura de Arnaldo, que aproveitou uma defesa incompleta do guardião a remate de Nando. No acto, destaque ainda para Norberto que iniciou a jogada. O jogo estava ao rubro. Havia emoção e incerteza no resultado. E Arnaldo, por três vezes (!), está perto do golo, mas ora por inépcia, ora por mérito do guarda-redes, o empate não surgiu. Mas cheirava, indiscutivelmente, a golo. Calado, de livre directo, disparou violentamente à barra. Norberto estava imparável, carrilando de forma veloz e destemida a condução de jogo. Depois, bem depois, aconteceu aquele momento fatídico e ficou tudo estragado…


Os homens do Bayern

Norberto é de outra galáxia

Filipe (5) Sofreu dois golos a sangue-frio e demorou a reagir. Mas levantou-se e efectuou boas intervenções, destacando-se a defesa na marcação de um livre directo, ainda na primeira parte. E esteve bem a sair da baliza.
Capitán (5) Não estava a produzir uma exibição de encher o olho, ao contrário da partida com os Deslumbrados, e cometeu faltas despropositadas. À semelhança da equipa, estava a subir de produção no segundo tempo.
Calado (1) Preocupou-se sempre mais em entrar em picardias com o nrº 11 que em jogar à bola e utilizar o seu forte pontapé. Noite de pouca lucidez só podia acabar mal.
Arnaldo (5) Está a atravessar uma fase de menor fulgor físico e algum decréscimo de confiança. Ainda assim, participou nas melhores acções da equipa e assinou o ponto. Mas falhou outras três ocasiões…
Ricardo (5) Também não entrou bem, mas procurou abrir espaços, lutou, e antes do intervalo esteve perto do golo. Não brilhou, mas também não teve oportunidades para isso. Fica o registo de uma noite empenhada.
Mingues (5) Enorme espírito de sacrifício. Continua a jogar só com um pé, mas mesmo assim dá tudo em campo e mostra grande vontade de vencer. Aquele remate levava selo de golo, mas o guarda-redes estava atento.
Nando (5) Mexido e raçudo, o «pit-bull» empurrou a equipa para o ataque, funcionando como um rolo compressor. Ganhou muitos lances em bola dividida e participou na jogada do golo. Fosse sempre assim… Só continua a pecar nos carrinhos.
Norberto (5) O melhor em campo. O loiro demorou a entrar no ritmo, mas já na segunda parte abriu o livro e, sobrenatural força da natureza, assumiu a responsabilidade de conduzir o jogo, sempre com elevada atitude competitiva. Um jogador de outra galáxia.