Prémio justo ao sacrificio bávaro

Torneio Homenagem ao Sr. Neto Costa (1ª jornada)
21 de Janeiro 2005, 9 horas

Bayern Monchique, 4
Padaria Barbosa, 3
Jogo no Pavilhão do Fluvial, em Lordelo do Ouro
Árbitros: Tózé Ribeiro e Joaquim Neves
Bayern M. – Filipe; Hugo, Tony [cap.] (1) e Arnaldo (2); Canhão (1).
TR: Tony Silva
Padaria B. – Keeper; Pidé, Zeca [cap.], Elvis (2) e Ringo.
Jogaram ainda: Realejo (1), Canhoto e Paixão
TR: Zé Paixão
Ao intervalo: 1-0
Marcha do marcador: 3-0; 3-3; 4-3.

Ganhámos!!!

A afirmação saiu alta e em bom som da boca de Arnaldo. O destinatário da mensagem era a outra metade do plantel que se preparava para entrar em acção no torneio do C.A.C., mas quem ouviu e não gostou foi Pidé que abriu a porta do balneário e perguntou irritado ”ganharam a Taça de Portugal?”

Acabou desta forma o primeiro jogo dos bávaros no Torneio de Homenagem ao Sr. Neto Costa (presidente do Clube Fluvial Portuense), mas não se pense que acabou mal. Arnaldo prontificou-se a esclarecer o grito de vitória mas o adversário nem quis saber. O certo é que a vitória era mesmo motivo de festejo, pois foi conquistada á custa de muito esforço e espirito de sacrificio, já para não falar da qualidade tecnico-táctica dos bávaros que fizeram todos um excelente jogo.
Sabia-se de antemão que ía ser uma “batalha” dificil. Apenas cinco atletas estavam disponiveis e entre eles, um era uma estreia absoluta. No banco, estava apenas uma garrafa de água. Tony seria o jogador com mais preocupações a nível táctico e a verdade é que foi o primeiro treinador bávaro (se é que se pode dizer isso) a conseguir uma vitória no primeiro jogo de um torneio oficial. A quota parte de responsabilidade do “treinador” é no entanto diminuta ou quase inexistente. Os jogadores sabiam o que fazer e cada um tratou da sua tarefa.
Do lado da Padaria estava um conjunto com alguns jogadores experientes e ao mesmo tempo duros e por vezes maldosos. No banco tinham três atletas e a sorte do Bayern foi que esta equipa não entrou a matar. Apercebendo-se do facto de serem apenas 5 bávaros, o treinador contrário deveria ter pedido aos seus jogadores para pressionarem em cima. Não o fez e agradeceram os bávaros que entregaram as maiores despesas de jogo ao adversário mas nunca o deixando pisar em ramo verde. Isto enquanto o tempo corria e o Bayern ía tentando o golito.
O golo inaugural até apareceu cedo, em iniciativa aparentemente inofensiva de Arnaldo que passou o meio campo descaido para a esquerda e chutou ainda de muito longe mas cheio de intencionalidade. Keeper pareceu surpreendido, deixando a bola escapar por debaixo das pernas. Vantagem preciosa para o Bayern que soube gerir até ao intervalo o esforço e o resultado.

Para a segunda parte a mesma ideia por parte dos bávaros de controlar o jogo, tentando manter os adversários afastados da área de Lipe e contando com o correr do tempo.
Por volta dos seis / sete minutos apareceu o segundo golo. Arnaldo saiu da pressão entregando picado para Canhão. Este roda e entrega em Hugo que escapa pela direita. Hugo controla a bola e cruza rasgado ao segundo poste onde apareceu Arnaldo oportuno a concluir de carrinho com o pé esquerdo. O golo trouxe ainda mais tranquilidade e pouco depois os bávaros pediram um minuto de desconto. Faltavam dez minutos para o final e a vitória estava mais que ao alcance. Para aumentar ainda mais a confiança os bávaros conseguiram pouco depois o terceiro golo. Tony correu para o ataque; Lipe lançou-lhe a bola em arco com a mão; o defesa falhou a intercepção e Tony deixou a bola correr e saltar até á posição ideal para rematar. Remate esse que o redes defendeu numa primeira instância mas que Tony logo emendou para o fundo das redes. 3-0 e a certeza que o jogo estava ganho. Estaria?
Pelos vistos ainda não. Por esta altura já os homens da Afurada jogavam com o redes avançado. Realejo ocupara esse posto e subia sempre que a sua equipa tinha a posse de bola. Por duas ou três ocasiões tentaram os bávaros tirar partido do adiantamento do redes mas falharam sempre o alvo. No entanto o perigo estava bem presente.
A Padaria conseguiu reduzir numa jogada pela direita do seu ataque. Num desses lances de superioridade numérica, Tony deixou o seu adversário solto nas costas para marcar o pivot que Arnaldo deixara para acorrer ao lado esquerdo da defesa. Zeca na linha de fundo colocou a bola tensa por entre Arnaldo, Canhoto e Tony e Elvis só teve de encostar ao segundo poste.
Quase de imediato apareceu o segundo, desta vez com Realejo (a redes avançado) a rematar ao ângulo de fora da área. A confiança esmoreceu e a incerteza adensou-se. Não demorou muito para que o balde de água fria caisse nas costas suadas dos bávaros. Novamente Elvis e novamente ao segundo poste aproveitando de cabeça um ressalto que lhe foi parar.
Angustia do lado bávaro. Tanto esforço e sacrificio e tudo parecia agora esfumar-se. O empate já não era um mau resultado embora que se fosse esse o score final, seria muito amargo para os bávaros e doce como mel para os adversários. Ainda assim os bavaros não se foram abaixo. Arnaldo, sempre ele picou por cima de um adversário para Canhão que lhe entrega novamente a bola. Arnaldo driblou então um adversário e “em cima” do redes assistiu Canhão que embora a dois tempos, concluiu com êxito.
A vitória é justissima e só peca por escassa. Não é que os bavaros tenham tido muitas oportunidades de marcar, mas pelo jogo inteligente e dedicado que fizeram não mereciam de maneira nenhuma ter passado por tanto sofrimento e angustia.


Os homens do Bayern

Filipe (8) Não teve culpa em nenhum dos golos e no resto mostrou-se atento e seguro tendo inclusive sido sua a assistência para o golo de Tony.
Hugo (8) Muito bom! É reforço! Parece franzino mas não pára de correr e está muito bem fisicamente. Uma grande estreia de um atleta que joga para a equipa e ao qual se calhar apenas faltou o golo. Nem se notou que era a primeira vez que jogava com os companheiros...
Tony (8) Continua debilitado fisicamente mas consegue disfarçar bem com o empenho que coloca em campo. Muita tranquilidade quando em posse da bola e perigoso quando avançava no terreno.
Arnaldo (8) Foi o melhor em campo pela importância dos golos e da assistência para o golo da vitória, mas também porque é o grande maestro da equipa e hoje voltou a demonstrá-lo. Assumiu o controlo de jogo e não teve medo de segurar a bola, mesmo quando já sabia de antemão que ía levar pau. Mesmo no final, ainda foi ele que garantiu que a Padaria não chegasse ao empate, cortando de cabeça e com risco de embater contra o poste, um golo... certo.
Canhão (8) Marcou o golo da vitória mas antes disso já tinha garantido a sua nota 8. Esteve mais calmo e controlado que noutras ocasiões preferindo o compasso de espera á busca desenfreada pela baliza. Até podia ter marcado mais cedo mas o poste negou-lhe por duas vezes o golo.


Outros resultados da ronda

Auto Sueco 4 – 5 Esegur
Petrogal 1 – 6 AXA
PT 3 – 4 Café Novo Sport
Norte Shopping 2 – 3 Charutas

A vitória mais expressiva da ronda deixa a AXA no primeiro lugar e a ideia de que estará aqui um dos candidatos. Quem se julgava ser muito forte era a equipa da PT que não obstante a derrota continua a ter aspirações. O Café Novo Sport (ex Restaurante Cabeça Peixe) foi o adversário que venceu a PT e tem de facto um conjunto de valor, não conseguindo melhor que a sétima posição no ultimo torneio mas apenas por não se apresentar de inicio com o plantel completo. A 2ª jornada terá a particularidade de não colocar frente a frente nenhuma das equipas que venceu na primeira ronda. O Bayern defronta a Auto Sueco ás 11,20 na reedição de um jogo que o Bayern venceu por 6-0 em Novembro ultimo e onde Filipe além de não sofrer qualquer golo, ainda conseguiu marcar um... de penalty.

Enviado Especial
Tino Vilas