Em nada Deslumbrados pelas facilidades

I Torneio da Amizade (1ª jornada)
9 de Dezembro 2005, 22.30 horas

Bayern Monchique, 5
Deslumbrados, 6
Jogo na Escola da Boa Nova, em Leça
Árbitro: Margarida Rosa e Sandro Lucilio
Bayern M. – Lipe; Tony [cap.], Nando e Arnaldo (2); Ricardo.
Jogaram ainda: Domingues, Norberto (1), Canhão e Calado (1).
TR: Tózé Ribeiro e Vitor Coutinho
Deslumbrados – Atento; Espantado (1+1p.b.), Deslumbrado [cap.] (2) e Vigilante; Admirado (2).
Jogaram ainda: Amorfo (1)
TR: Pedro Deslumbrado
Ao intervalo: 2-3
Marcha do marcador: 0-1; 1-1; 1-2; 2-2; 2-3; 3-3; 3-4; 5-4; 5-6.

A retaguarda traiu o Bayern

O Bayern entrou a perder no Torneio da Amizade (também conhecido como "Olá fala a Marta!") e apenas se pode culpar a si próprio. Teve a oportunidade de defrontar na (já fatidica) primeira jornada um conjunto de amigos. Uma equipa sem treinador, sem banco (apenas um jogador para substituir), sem uma organização forte por trás... em suma, sem argumentos para travar os homens de Monchique. A seu favor a equipa dos Deslumbrados apenas tinha a fragilidade defensiva dos bávaros e do seu redes e a verdade é que não se deixaram deslumbrar pelo facto.

Foi um inicio de torneio triste e desmotivante para aqueles que tiveram oportunidade de jogar, orientar, apoiar, assistir e até filmar o jogo do lado do Bayern.
Os bávaros entraram muito mal. Ao primeiro ou segundo minuto já perdiam e a partir daí quase só piorou. É certo que a equipa até apresentou um bom futebol (ou futsal) mas emperrou muito quando chegou á área, ora por mais uma finta ora por o remate embater num adversário ou no poste. O certo é que os cinco golos marcados seriam em condições normais, mais do que suficientes para garantir a vitória. O problema é que a defesa e o redes bávaro meteram água a rodos. Mais água do que aquela que a bomba atacante conseguiu “sugar” ou superar. Para termos uma ideia mais concreta basta dizer que na primeira parte, todos os remates certeiros á baliza de Filipe (e foram 3) deram em golo. Um pelo meio da baliza, outro pelo poste que deveria estar protegido, etc...
Na segunda parte o cenário não foi exactamente igual mas bastou pouco mais de meia duzia de remates para marcar outros tantos golos.
Não foi só Filipe que falhou. Também os seus companheiros facilitaram em situações fatais mas bastou aos Deslumbrados se aperceberem que valia a pena chutar á baliza, para então apostarem forte nesse aspecto do jogo.
Para piorar a situação o Bayern esteve sempre em desvantagem e a correr atrás do prejuizo. Sempre que empatava a partida, o adversário pouco depois fugia novamente no marcador. Tózé usou a pressão alta para virar os acontecimentos e conseguiu-o... até certo ponto. Foi depois de Norberto ter conseguido o empate a quatro golos numa jogada em que rouba uma bola no meio campo e embalou para a baliza rematando então sem hipoteses para o redes que ainda viu a bola bater no poste. Faltavam poucos minutos para o final, cerca de seis, quando Calado embrenhou-se pela meia direita, flectiu para o meio e disparou de pé esquerdo pondo pela primeira vez o Bayern em vantagem. 5-4.
Podia finalmente Tózé e os seus jogadores respirarem. Ou não! A verdade é que os Deslumbrados conseguiram chegar ao empate, fruto do entusiasmo de Nando que subiu no terreno e foi apanhado em contra-pé e de uma perda de bola fatal de Calado no meio campo. Balde de água fria que no fundo nem foi uma surpresa para quem olhou de forma neutra para as incidências do jogo. Para piorar e para cumprir uma tradição os bávaros sofreram mesmo um ultimo e fatal golo. E logo no ultimo minuto da partida quando já pouco poderia ser feito. Mais uma vez Filipe não fica isento de culpas mas não é o unico. Lipe defendeu no chão uma bola com o selo de golo. Esta sobrou para Ricardo que ao invés de aliviar para a frente, tentou fintar o adversário e perdeu a bola para este que chutou para a baliza onde Filipe ainda ”jazia” no chão.

Como cronista das aventuras e desventuras (estas felizmente em menor número) do Bayern Monchique, devo dizer que este foi dos jogos / derrota mais dificeis de - engolir, digerir e regurgitar novamente na forma de crónica futebolistica - que já tive oportunidade de assistir e participar. É duro perder assim!
Quem tem testiculos? Quem tem tomates? Quem tem colhões?
Talvez o Bayern seja a resposta ás redundantes perguntas mas isso por si só não chega. Para reflectir...

Os homens do Bayern

Filipe
Duas ou três vezes muito mal batido e a sensação de poder fazer algo mais em todos os seis golos sofridos.
Nando
Esteve demasiado impetuoso a atacar o adversário, um aspecto que deve corrigir e comprometeu no quinto golo mas a jogada já tinha começado mal com uma perda de bola no meio campo.
Tony
Falhanço tremendo a deixar-se antecipar no primeiro golo. Depois acordou mas não conseguiu fazer nada de relevante.
Arnaldo
Demasiados rodriguinhos segundo o seu treinador. Esteve bem a driblar mas não soube escolher quais as situações de drible e aquelas em que deveria ter chutado a baliza. Será efectivamente mais perigoso quando começar a usar o pé esquerdo para algo mais do que só correr.
Ricardo
Exibição a meio pau mas borrou a pintura quando não conseguiu afastar a bola da área na jogada que deu a vitória aos “Deslumbrados”. Mas já mostrou mais garra...
Domingues
Mexeu com a equipa quando entrou e fez mesmo o passe para o primeiro golo bávaro. Parecia lançado para uma bela exibição mas na segunda parte lesionou-se e saiu.
Canhão
Apagado. Parece também em má forma fisica. Niveis de confiança a bater no fundo, mas não esteve em “destaque” em nenhum dos golos sofridos.
Norberto
Excelente técnica em drible mas talvez por isso mesmo a exagerar e a não entregar a bola tão cedo quanto deveria. Muito bom a furar com a bola e também nos roubos que efectuou. Será uma mais valia importante quando estiver mais entrosado e mais predisposto a jogar para a equipa.
Calado
Exibição muito positiva a jogar a fixo e a pautar as saidas para o ataque. Na segunda parte foi testado a pivot e saiu-se também muito bem, conseguindo segurar a bola e entregando nos companheiros. Curiosamente o empate a cinco golos nasce de uma perda de bola sua no meio campo mas já antes tinha marcado um excelente golo de fora da área e de pé esquerdo.

Apreciação individual (0 a 10)

8 – Norberto
7 - Arnaldo
6 – Calado
5 – Domingues e Ricardo
4 – Tony e Nando
3 – Canhão e Filipe

Enviado Especial: Tino Vilas