sexta-feira, 11 de novembro de 2005

BM quer dizer Bela Máquina



Taça Elite (2ª eliminatória)

AS4H, 3
Bayern Monchique, 4
Jogo no Pavilhão Gimnodesportivo Brás-Oleiro, em Águas Santas
Quinta-feira, dia 10 de Novembro, às 23 horas
Bayern Monchique – Lipe; Tony, Canhão, Arnaldo (1) e Rica (1)
Jogaram ainda: Domingues (2), Pascoal e Nando
TR: Vítor Coutinho
Marcha do marcador: 1-0; 1-3; 3-3; 3-4

Venha o próximo!

Vantagem bem gerida

Tranquilidade e inteligência. Dois atributos que definem a boa exibição de uma «Bela Máquina» que, através de uma grande força interior e muita alma, foi capaz de confirmar em bom estilo a passagem à etapa seguinte da prova e superar um adversário a quem era atribuído o favoritismo, não só em consequência do seu estatuto (campeão em título) mas também face ao seu potencial futebolístico. Afinal, não houve papão e os bávaros discutiram a partida olhos-nos-olhos, acabando por brindar as suas fantásticas «Sereias Negras» com mais uma vitória e o consequente apuramento para a ronda seguinte.

Entrar a dormir

Não foi feliz a entrada em cena dos pupilos de Vítor Coutinho. A vantagem de quatro golos (6-2) da primeira mão era confortável, mas o mister fez notar que entrar em campo com inteligência não implicava ficar apenas à espera do adversário, pois ao menor erro podia ser a morte do artista. Mas, se calhar, nem todos tinham tocado na bola e já Lipe recolhia a bola no fundo das redes: Arnaldo prontamente assumiu a responsabilidade do lance, já que em demonstração de excesso de confiança deixou passar a bola por debaixo das pernas pensando que o guardião bávaro estaria mais perto. Felino, o avançado da casa foi mais rápido, fintou o número 21 dos bávaros e atirou a contar. Tratou-se de um golpe desagradável, ainda mais porque se estava numa fase de aquecimento dos motores. Foi o que deu entrar a dormir, Arnaldo...

Nokas factura

Foram algo penosos esses minutos iniciais, não por carência de aplicação, isso nunca esteve em causa, mas por clara desafinação de peças fundamentais na manobra bávara, com passes a perderem-se e o bloco a indiciar alguma precipitação, sobretudo na zona central, onde Arnaldo (Nokas como Lipinha o baptizou), o elemento charneira, tardou a entrar a sério na discussão. Assistiu-se a uma estranha descomplexidade táctica, com Tony em zonas muito adiantadas, assim como Canhão, e Nokas muito recuado, o que também, verdade seja dita, não foi devidamente explorado pelos homens da casa. Após uma primeira ameaça, Nokas facturou mesmo, num remate à entrada da área (podia ter assistido Domingues do outro lado), igualando assim a partida. No lance, o guardião local parece não ter ficado ilibado de responsabilidades.

Berro de Mingues

Os soluços no funcionamento da máquina foram-se tornando menos evidentes e, gradualmente, os bávaros transferiram o epicentro dos acontecimentos para a baliza do AS4H. Domingues esbanjou uma excelente oportunidade (assistência de Pascoal) mas viria a redimir-se antes do intervalo ao dar vantagem à sua equipa, após tabelinha na área com Rica. Um berro bávaro que fechou a primeira parte. Bonito.

Brincar com o fogo...

O início do segundo tempo marca o período mais consistente da equipa. Com Nokas, Pascoal e Mingues em campo, a música é outra. Os restantes solistas souberam acompanhar a orquestra e foi sem surpresa que o marcador se avolumou, proeza de Rica (insistente na recarga), após jogada de contra-ataque iniciada por Nokas e sequenciada por Pascoal. O futebol bávaro ampliava-se em segurança, extensão e profundidade, ao ponto do adversário não encontrar grandes soluções para dar um ar de sua graça. Os remates de longe eram as excepções. E foi precisamente num desses lances que Canhão se deixou antecipar por um adversário (enquadrado com a baliza) e este prontamente disparou de longe, traíndo Lipe que não viu a bola a partir.

Erro imperdoável

Nem tudo foi perfeito. O melhor exemplo é o acto que antecede o 3-3. Nunca Pascoal deveria ter saído quando a bola se encontrava na zona defensiva bávara. Bastou esse ligeiro desequílibrio, essa fracção de segundos, para o adversário chegar ao 3-3, apesar de todos os esforços dos elementos que estavam em campo. A partida estava quase no fim, a eliminatória praticamente no campo, mas não havia necessidade... Um erro imperdoável que não se deverá repetir.

Truque de laboratório

O jogo caminhava para o final. Todos já tinham percebido que o Bayern iria mesmo seguir em frente. Mas para fechar em beleza faltava a cereja no cume do bolo. Arnaldo é carregado à entrada da área, ligeiramente descaído para a direita. Falta que o mesmo se encarregou de converter (isto apesar de Tony ter tido um hiato momentâneo ao pedir para cobrar o livre), dando indicação a Tony que iria executar o livre que tinha sido estudado horas antes na bancada. E assim foi: simples e bonito. Simulação, toca na direita, Tony assiste Domingues, que em esforço entre os defesas, faz o desvio para o fundo da baliza. 3-4. Um triunfo justíssimo frente a um grande adversário que nunca virou a cara à luta e que demonstrou «fair-play» ao longo dos 40 minutos. E quando é assim vale a pena!
Arbitragem positiva. Um ou outro lapso (compreensíveis) não mancham uma actuação equilibrada. E o melhor elogio que se pode fazer é que não teve interferência no resultado final.

Um-a-Um

Lipe (7) – Seguro
Tal como aconteceu com a equipa, o jogo começou por não lhe correr bem. Surpreendido pelo golo inicial, o guardião bávaro não se deixou afectar e esteve quase sempre seguro entre os postes. Na retina, uma excelente defesa na primeira parte, a desviar para canto um remate cruzado. No segundo golo, está tapado pelos companheiros e no último o remate é já dentro da área, muito à queima. Denotou ligeira precipitação na reposição de bolas (um aspecto a rever) mas deixou imagem positiva.

Tony (7) – Cortes precisos
Desgastou-se num vaivém constante e acabou por pedir a substituição. Tentou ser rigoroso a tapar os caminhos de penetração para a sua baliza, mas não conseguiu criar os desequílibrios que pretendia quando resolveu aventurar-se no meio-campo contrário. Mas assinou meia dúzia de cortes precisos e mostrou bom sentido posicional no sector recuado. A atacar não teve, de facto, um alto rendimento. Valeu a assistência primorosa para Mingues no último golo da noite.

Canhão (7) – Perdulário
Fartou-se de arrancar por ali fora, vincando a sua força e instinto de remate. Esteve perto de marcar mas foi infeliz na finalização (aquele chapéu...). Também não escapou à fase de menor controlo da equipa, mas soube levantar-se e arrancar uma exibição positiva, assente no empenho e determinação. Uma noite perdulária. Em duas/três ocasiões podia ter servido companheiros melhores posicionados. Mas começa, finalmente, a estar melhor entrosado com a equipa. Dentro e fora do campo.

Arnaldo (7) – Lavar a face
Nokas não sabe jogar mal, mas ontem iniciou mal a partida, estando intimamente ligado ao primeiro golo que a equipa sofreu. Mas teve o mérito de não baixar a cabeça e assumiu a responsabilidade de pegar no jogo, embora nem tudo lhe tenha saído de feição. A verdade é que deixou o seu perfume nas quatro linhas, num conjunto de detalhes que serviram para lavar a face após o desnorte inicial: fez o primeiro golo e iniciou o terceiro e o quarto.

Rica (7) – Golinho da ordem
Tem momentos geniais, outros em que se esconde e parece alhear-se do jogo. Mas está lá o golinho da ordem, num lance revelador do seu sentido de oportunidade e instinto «matador». E ainda combinou bem com Mingues no segundo golo. Lutou bravamente, tentou ajudar a defesa, mas no ataque não foi desconcertante. E pode sê-lo. Basta acreditar mais nas suas capacidades.

Domingues (7) – Indispensável
Um jogador com esta garra só pode ter o rótulo de indispensável. Mesmo limitado (virilhas, gêmeos e joelhos), e entregou-se de corpo e alma ao desafio. A sua entrada dinamizou o ataque e até disfarçou alguma falta de inspiração de alguns companheiros. Falhou dois golos praticamente feitos, mas teve a arte de assinar outros dois. Um gigante! Na atitude e no carácter. O homem do jogo.

Pascoal (7) – Presença de respeito
Encaixa em qualquer equipa. Pela presença, pelo espírito, pelo carácter que dá mostras dentro e fora do campo (até aos chuveiros). Um poço de força que oferece enorme consistência à equipa. Ninguém passou por ele em finta curta ou corrida e esteve sempre no momento certo para desarmar o adversário. Contributo preciosíssimo. Jogador banal!? Quem foi o palhaço que disse isso?

Nando (7) – Raça
Não abusou dos carrinhos e esteve à altura dos acontecimentos. Não foi o herói da primeira eliminatória mas também não borrou a pintura. Sempre a dar indicações, com o intuito de ajudar à organização defensiva. Quando esteve apertado, colocou a bola longe e é isso que se lhe pede. Um jogo inteligente de um jogador que começa a perceber qual é realmente a função na equipa. Foi precioso a defender. Excelente atitude.

Reportagem – Curiosidades

Jogo esteve em risco

A partida ficou marcada ainda pelo facto de se ter colocado a hipótese de a mesma ser adiada. Em causa um pedido dos responsáveis do AS4H, que alegavam não ter atletas suficientes para o encontro. Apesar da nossa boa vontade, não nos foi possível corresponder ao pedido, porque o mesmo foi feito com apenas 24 horas de antecedência e alguns dos nossos atletas já tinham pedido folgas nos seus empregos e trocado horários para estarem presentes. Ainda assim, a história teve um final feliz, pois o jogo acabou mesmo por se realizar. Um abraço aos atletas do AS4H pelo «fair-play» que demonstraram. Os campeões também se distinguem na atitude.

As curtas

Pascoal e as merdas do costume
«Mister, foi coincidência termos sofrido o 3-3 quando saí...»
Nokas brinca com Pasc no banco
«Tony não está habituado ao peso da braçadeira. Quase que a deixa cair»
Alguém no balneário manda boca pró barulho
«Ganhámos porque o Jonny não jogou»
Mister observa
«Esta equipa joga melhor à noite. De manhã não é a mesma coisa»
Mister reage à entrada de Pasc no balneário de fato e gravata
«Quem é? É o presidente do clube?»
Capitán já no final enquanto todos se despem
«Sofro mais quando estou de fora»

10 comentários:

Anónimo disse...

Espero q agora n me fod... a cabeça! E acabem as bocas sobre o profissionalismo do assessor de imprensa:) E deixem-me dormir até ao meio-dia!

Anónimo disse...

sim senhora!!! 4 da matina a fazer a reportagem!

Assim sim!!!

Toni, o maestro já merece qualquer coisita!!!!

Em relação ao jogo, boa exibição da equipa ( q.b. , pois acho que ainda vamos melhorar)

Gostei da atitude do toni no minuto de desconto (quando a eliminatoria já estava decidida ):

" eu quero é ganhar o jogo"

E agora recuperar para sabado (tou todo rebentado!!!!)

Tony Silva disse...

Pôr o artigo ás 3,50 da manhã é o mesmo que o fazer ás 9. Quem é q está acordado a essa hora para ler?
Já devia era estar no blog ás 23,50 :)

Eu tb dou nota 7 a todos mas para mim o Melhor em campo foi o Arnaldo, com menção honrosa ao Mingues.

Uma grande vitória e uma rande eliminatória. Agora tenho é de ver qd é o proximo jogo.

Anónimo disse...

"Eu tb dou nota 7 a todos mas para mim o Melhor em campo foi o Arnaldo, com menção honrosa ao Mingues."

toni, foi feita muita pressao por partes dos meus representantes para ser o MVP, é por causa da estatistica jogos/Mvp :))))

temos q nos saber mexer nos meandros do futebol !!!!!!!

P.s. - Pascoal ve se no proximo jogo, passas a bola em condições....menos 5 cm .

Anónimo disse...

"Alguém no balneário manda boca pró barulho
«Ganhámos porque o Jonny não jogou»"

Só por esta resolvi cortar de vez e passar em casa da nokinhas para deixar o equipamento!!

Felizmente para a equipa li a solidariedade manifestada para comigo pelo director-desportivo e modelo gai Tony. Como tal, confirmo a minha presença este sábado, apesar de estar meio engripado.

Pelo menos o Tony já percebeu a minha estratégia: unindo todos (embora em panelinha contra mim) reforço o espírito de grupo dentro do balneário.

A que horas é o jogo?

Anónimo disse...

Parabéns pelo feito histórico.

ACMIRAGAIA

Anónimo disse...

ESPERO QUE JÁ TENHAM LAVADO O EQUIPAMENTO!

Tony Silva disse...

Excesso de confiança meu amigo?
Olha q o mister já me queimou por causa disso.

Anónimo disse...

E a crónica de hoje, crl? Queixam-se do assessor de imprensa? Vejam o director desportivo...

Só se for mesmo pelo Jonny ter marcado (dp n querem q o gay diga q há uma panelinha contra ele) :)

Assinado: Jerónimo Martins :)))

Anónimo disse...

E sp há jogo 2ª feira?

ANTÓNIO, tás a facilitar!!!!:)

Mingues, o teu gémeozinho? Precisas de umas massaginhas:)?

Senti a ausência da Sereia Lucy mas a Sereia Inês tb me deu grande apoio:) Vejam o desabafo q teve quando comecei a aquecer antes de entrar em campo «Já n era sem tempo». Sereias fantásticas!